A foto é do final da década de 1950 e mostra o desfile dos artistas do circo na Praça Coronel Esmédio. Naqueles velhos tempos de tão belos dias era comum que o circo, ao chegar à cidade, fizesse uma apresentação pública do seu elenco para atrair o interesse popular. Desfilavam distribuindo graça, beleza e simpatia, os equilibristas “pernas de pau”, os “palhaços”, os “malabaristas”, a “bandinha” e tantos outros artistas anunciando a chegada da festa e da alegria.
Algumas companhias circenses permaneceram instaladas na cidade de Porto Feliz por muito tempo como ocorreu, por exemplo, com o Circo Teatro Nhana – o famoso circo do palhaço Taréco. Também marcaram suas presenças na cidade o Circo Teatro Guaraciaba, o Circo Teatro Cacique e o Circo do Zé Bodoque, que aqui ficaram por longos períodos e fizeram muito sucesso. Importante ressaltar para matar saudade daqueles que o conheceram, que aparece na foto, do lado direito, estacionado em frente à residência da família do Sr. Firmo Teixeira de Carvalho, o famoso jipe “corintinha”.
Era o único veículo da polícia naquela época e assim foi batizado pela criatividade da população por conta das suas cores preto e branco. Esse jipe era dirigido pelo soldado José Pereira, de saudosa memória, e via de regra transportava o ilustre e também saudoso Delegado de Polícia Dr. Vicente Lopes, que marcou positivamente a sua passagem pela nossa cidade.
Notem a beleza da Praça naquele tempo, verdadeiro enfeite para o local! Isso foi bem antes da construção do tão comentado “Chapéu da Madre” que, na verdade, não passou de um monumento inacabado. O “Chapéu da Madre” foi construído no decorrer do ano de 1969 para abrigar um aparelho de televisão a cores, que seria instalado pela Prefeitura Municipal a fim de que a população pudesse acompanhar os jogos de futebol da Copa do Mundo de 1970.
Essa Copa do Mundo, realizada no México, foi a pioneira em transmissões esportivas a cores. A obra do “Chapéu da Madre” não chegou a ser concluída e ficou apenas no esqueleto por 48 (quarenta e oito) anos. Ao contrário do que muita gente pensou, o “Chapéu da Madre” jamais foi tombado como patrimônio histórico. Sua denominação foi dada pela criatividade popular que associou a antiga construção ao chapéu branco e triangular utilizado pelas freiras que, naquela época, administravam a Santa Casa de Porto Feliz.
Observando na foto o belo casario que existia no local podemos ver, à direita, o consultório do dentista Dr. Álvaro Gayotto, onde também trabalhou o Dr. Herodes Pagnoca.
À esquerda está a tradicional “Loja Habice”, que era dirigida pela Sra. Norma Marchesoni Habice, onde trabalharam por muitos anos o Sr. Jonas Molitor Sampaio e a Sra. Rosa Scarso. Ao fundo, na esquina com a Rua Barão do Rio Branco, podemos ver a antiga Agência do Banco Moreira Salles, onde trabalharam, entre outros, os senhores José Francisco de Lara e Moacyr Faustino. Importante destacar na foto a conhecida carroça do Toledinho subindo em direção à Rua Altino Arantes.
Notem, no solo, as propagandas políticas de Carvalho Pinto, candidato a Governador do Estado de São Paulo e de Felipe Nagib Chebel, candidato a Deputado Estadual. Não restam dúvidas de que a restauração implantada recentemente trouxe mais vida à tradicional Praça Cel. Esmédio, aproximando-a daquela que existiu na década de 1950.
Foi um dia na história passada / Desta gente que alegre se diz / Bandeirantes que daqui partiram / Encheram de glórias o Porto Feliz!